A Importância da Água na Continuidade da Vida
Água é sinônimo de vida para os homens, animais e plantas. É necessário buscar o equilíbrio entre a falta e o excesso, igualmente prejudiciais. Água é fundamental para as plantas, sem ela os vegetais não conseguem absorver nutrientes do solo para o seu crescimento. A umidade deve atingir a raiz dos vegetais, encarregadas de enviar o líquido para as folhas, através do caule. Na sua falta, as plantas murcham, fechando os poros em sinal de alerta.
Hortaliças são muito exigentes em umidade. Uma hortaliça pode ter até 98% de água em sua composição. Sua falta pode retardar o crescimento, acelerando a maturação e diminuindo a produtividade. Por outro lado, o excesso pode levar os nutrientes para o fundo. Nutrientes no fundo ficam inacessíveis para as raízes. O excesso de água pode ainda, provocar erosão, impedir o arejamento da terra, favorecendo a proliferação de doenças e alterando o sabor do vegetal.
Em dois momentos não pode faltar água: após a semeadura e depois do transplante. Após a semeadura porque a umidade é o principal fator de germinação das sementes. Depois do transplante porque a planta está estressada e sensível pois foi retirada de seu local e mesmo com muito cuidado. No transplante, as pequenas raízes rompem ou se ressentem da mudança.
Água e Irrigação
O líquido absorvido pelas raízes vai em direção às folhas e volta como seiva. A irrigação deve ser feita da forma mais suave possível. Jatos fortes podem estragar as plantas, retardando seu crescimento.
Algumas técnicas podem diminuir a necessidade de água. Um exemplo são as coberturas mortas, feitas com folhas, restos de podas, cascas ou serragem. A cobertura morta diminui a evaporação, mantendo a umidade e fornecendo matéria orgânica para as plantas. Podem simular um ambiente de floresta. Uma terra bem arejada e porosa retém mais a umidade, como uma esponja. Solo com muita matéria orgânica é sempre poroso e fértil.
A chuva é a melhor opção para irrigação das plantas pois contém substâncias nutritivas, temperatura e pureza certas. Água muito fria pode provocar choque térmico nas plantas, portando nunca irrigue suas plantas com sol a pino. Irrigue sempre nas horas em que a temperatura é mais amena, no início da manhã ou no final da tarde.
Técnicas Manuais Eficientes
A irrigação por gotejamento ou vaporização são as melhores opções. Além de não ferirem as plantas não desmoronam os canteiros ou agridem o solo. Permitem uma umidade mais uniforme. Um sistema antigo e muito eficiente são os potes de barro, parcialmente enterrados nos canteiros. Esse sistema pode ser usado em pequenas áreas. Os potes são uma economia bastante significativa do líquido precioso, de baixo custo, eficiência e independência tecnológica.
A diferença de pressão entre o pote e o solo faz com que o líquido flua do pote para o solo, sem esgotamento de fluxo. São usados para essa técnica potes porosos e rústicos. Potes cônicos, feitos e queimados em fornos caseiros. Os potes devem ter em média 30 cm de diâmetro e 50 cm de altura. Devem ser enterrados em buracos circulares de 60 cm de profundidade. Apenas o gargalo do pote fica sobressalente ao solo. Os potes são tampados com madeira, tijolos ou pedras para evitar a evaporação, entrada de bichos e desenvolvimento de algas. O abastecimento é feito de forma manual.
Alternativas
Os potes liberam em média 3,5 litros por dia no solo, com exceção do primeiro dia, quando podem liberar até 20 litros. Com esse sistema, as raízes das plantas conseguem absorver bem a umidade. O sistema tem ainda a vantagem de empregar mão de obra familiar. Possibilita ainda plantios sucessivos, sempre em torno dos potes, em terra adubada e rica em matéria orgânica.
Sistemas de gotejamento em menor escala podem ser feitos usando garrafas pet. Após o enchimento das garrafas, tampar e enterrar parcialmente fazendo um pequeno furo na parte que fica enterrada. Ou ainda, simplesmente deixar a garrafa cheia com um ou mais furos, ao lado da planta. Lembrando que pode não funcionar bem para solos muito arenosos e com pouca matéria orgânica.