O tesouro iluminado do Buda

A meditação praticada e ensinada pelo Buda é um dos fundamentos do autodesenvolvimento e do bem estar. A prática meditativa gradualmente transforma a qualidade de vida, estimula a criatividade, exercita as capacidades mentais e integra corpo e mente. Com o aumento da atenção pura podemos entrar em contato com a fonte interior de realização, enriquecendo os momentos de nossa experiência, rumo à iluminação. Continue lendo para descobrir mais sobre o tesouro iluminado do Buda.

“Só há um tempo em que é fundamental despertar. Esse tempo é agora”. Buda.

Buda, em sua investigação das causas da infelicidade e buscando os meios de atingir a saúde perfeita descobriu como é possível a realização plena do potencial humano, em seu caminho trilhado há 2.500 anos atrás. Descobriu que a mais alta realização é acessível a todos, independente do modo de vida e formação do indivíduo que busca a plena atenção através do tempo.

O legado do Buda nos convida a desenvolver nossa capacidade de conhecimento, nos fornecendo métodos de transformação de nossa experiência, em direção à realização da mente iluminada.

Quem foi Buda

Siddhartha, o Buda histórico, viveu entre 563 e 483 a.C., com algumas controvérsias quanto às datas. Seu nome, Shakyamuni, é devido ao fato de ter nascido entre os governantes do clã Shakya, e significa “sábio do clã Shakya”. Após seu nascimento, o astrólogo do palácio previu que Buda se tornaria um grande líder. Foi batizado com o nome de Siddhartha, que significa “aquele que alcança seu objetivo”

Viveu isolado no palácio, sem conhecer a vida como ela era, do lado de fora dos muros. Aos 29 anos deixou o palácio. Mandou de volta, através de seu servo, seu cavalo, pertences e joias. Viveu como asceta e estudou várias disciplinas do Yoga. Depois de meditar debaixo de uma figueira por longo tempo, derrotou as forças do demônio Mara e atingiu a iluminação, tornando-se Buda, que significa “iluminado”, aos 35 anos de idade.

“Por trás dos desejos e paixões mundanas que a mente abriga, acha-se latente, clara e incorruptível, a fundamental e verdadeira essência da mente.” Buda.

Continuou meditando debaixo da árvore, por 7 semanas. Deixou a árvore e saiu a ensinar aos outros, encorajando seus discípulos a seguir o que chamou de “O Caminho do Meio”. Esse caminho era o equilíbrio, em contraponto ao extremismo. Teve muitos discípulos, durante os 45 anos que vagou pelo nordeste da Índia, divulgando seus ensinamentos. Consta que morreu com 80 anos, intoxicado com alimentos estragados. Seu corpo foi cremado e seus restos distribuídos entre seus seguidores. Os locais por onde andou ou supostamente foi enterrado, se transformaram em locais de peregrinação.

Budismo em expansão

Era de grandes pensadores, como Sócrates, Platão, Confúcio, Lao Zi e Buda, os séculos V e IV a.C. viveram uma efervescência intelectual sem precedentes na história. Depois da morte de Buda, seu corpo e relíquias foram cremados e divididos, colocados em caixões, enterrados nas chamadas stupas. As stupas são o centro de complexos monásticos budistas.

Ao longo dos séculos, o Budismo se expandiu, surgindo um panteão e rituais mais complexos. Emergiu o conceito de Bodhisattvas celestiais, com Deusas como Tara e outras divindades ferozes protetoras do Budismo. Imagens mais esotéricas, representando Deus e Deusa, abraçados, foram criadas para demonstrar o conceito metafísico, de que a salvação é resultado da união de sabedoria (feminino) e compaixão (masculino). O Budismo percorreu uma longa estrada, para longe de suas origens simples.

Compreendendo a mente

Compreender a mente é o foco de todas as filosofias e religiões orientais.  Essas filosofias e religiões nos convidam a desenvolver este entendimento em nossas vidas. O discernimento virá passo a passo com a transformação de nossas experiências. Nossas experiências do dia a dia nos impelem à iluminação, aqui e agora. Não está em outro lugar ou em outro tempo.

Transmutando a densidade da confusão e da dor em contemplação e plenitude. Relaxando e acalmando nossa respiração, observando a experiência sem julgamento. Aprendemos a cultivar leveza, alegria e compaixão no lugar de resistência e desapontamento.

O desenvolvimento da meditação traz jovialidade e sentido à vida. A liberdade surge naturalmente, tudo é satisfação e contentamento, rumo à perfeição do ser.

Conhecimento Infinito

Não precisamos nos apegar a algumas experiências, rejeitando outras. Podemos aceitar todas, positivas ou negativas e essa aceitação nos conduz à satisfação profunda, com grande alegria pelo fato de estarmos vivos. Ao tomarmos consciência da vida, surge uma nova mente. Leveza e calma ecoa por todas as nossas ações, como um riso.

Nossas questões mais profundas podem ser respondidas por meio da prática e observação na meditação. Descobrimos então a que viemos, entrando em contato com o conhecimento vasto que toca todas as coisas.

A inspiração por sentimentos fortes e positivos é inerente ao ser humano. Esses sentimentos trazem profunda satisfação. Meditando aprendemos a prestar atenção a esses sentimentos. Podemos então cultivá-los, expandi-los através da comunicação plena com os sentimentos de alegria e prazer proporcionados pela mente alerta.

A alegria da preparação

“Se um homem fala ou age com o pensamento puro, a felicidade o acompanha como uma sombra que jamais o deixa.” Buda.

Qualquer posição confortável em que as costas permaneçam eretas é satisfatória para a meditação. Não deve haver rigidez. Uma almofada firme alivia a pressão nas pernas. Deixe suas mãos pousadas levemente na posição em que se sinta mais confortável. Olhos entreabertos olhando à frente, sem se fixar. Solte completamente o corpo até ficar bem relaxado.

Relaxe os olhos, o rosto, o pescoço, as mãos. Deixe seu corpo solto, suave e macio a tal ponto que possa sentir a circulação de seu sangue e seus batimentos cardíacos. Deixe sua respiração lenta, uniforme e suave, como a superfície de um lago cristalino.

Focando sua atenção na respiração, verá como ela melhora com o passar do tempo, naturalmente, tornando-se calma e serena até fundir-se com sua atenção plena.

Os pensamentos então passam lentamente e poderá ouvir o silêncio dentro de sua mente. Surge então um calor interno, uma sensação relaxante que acalma e alimenta o corpo e a mente.

A energia flui através do corpo, equilibrando nossa circulação. Os padrões mentais se suavizam com uma atenção mais aberta e acolhedora. Nesse estado, podemos caminhar pela estrada que conduz ao Nirvana.

“Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.” Buda.

A transitoriedade da vida

A impermanência de nossas experiências mundanas nos inspira a buscar algo que não nos possa ser tirado. Assim como o sol brilha no céu, vamos envelhecer e morrer. Para a maioria de nós, é difícil aceitar essa verdade. Se tentarmos compreender Samsara e Dharma (Samsara: a roda da vida, ciclo do nascimento, velhice e morte. Dharma: lei natural, aquilo que sustenta, o contrário de Karma) podemos suavizar nossa caminhada. Simplesmente cultivando elementos que melhoram a consciência e trazem a paz.

“Nascemos para morrer, conhecemos pessoas para as deixar e ganhamos coisas para as perder.” Buda.

Tentamos evitar o sofrimento, nos movimentando incessantemente através de nossas experiências, buscando o prazer. Todos os sentimentos são instáveis, os momentos felizes duram pouco e a alegria e o prazer são seguidos pela decepção. Nossos bens materiais perdem seu valor, relacionamentos se transformam em escravidão e os filhos não preenchem mais nossas expectativas.

Buscamos riqueza e sucesso, em projetos, pensamentos e emoções que consomem nosso tempo e energia. No final nos damos conta que nossas fantasias raramente se realizam pelas vias mundanas.

Tropel de cavalos selvagens

Ao observarmos nossos pensamentos por alguns minutos, nos deparamos com uma mente tagarela. Nossa mente salta de uma ideia a outra numa sucessão de imagens que consomem nossa energia. A mente fala consigo mesma em devaneios que consomem tempo precioso. Assemelha-se a um tropel de cavalos selvagens na pradaria. Com essas vibrações de pensamentos, nossa consciência permanece congelada em visões fixas e reações automáticas que se repetem.

O descaminho se dá por que estamos procurando respostas no lugar errado. Olhando para o futuro, dissipamos nossa energia, depositando nossas esperanças em sonhos. Desenvolvemos padrões de carências e desejos, perdendo o delicado equilíbrio interior, fonte da verdadeira satisfação.

A estabilização do Samsara, nossa existência comum, não é possível nessa vida. Protelamos mudanças de base quando dizemos a nós mesmos que as coisas vão melhorar. Nos entregamos à desilusão e perdemos uma oportunidade de crescimento.

Música silenciosa

“Seja o sândalo que perfuma o machado que o fere.” Buda.

Os ensinamentos do Buda nos mostram que temos que compreender a desesperança para nos liberarmos do sofrimento, transformando o Samsara em paz.

Seguindo o Dharma, nossos hábitos negativos, desejos e conceitos fornecem a energia para nosso crescimento espiritual. Cada experiência é um treinamento, aprendizado e entendimento. O Dharma é uma música silenciosa, um fio que percorre todos os momentos e nos conduz a um conhecimento maior, rumo ao despertar.

Podemos continuar a viver do mesmo modo, externamente. Internamente a mudança se fará visível pela maneira que nos relacionamos com o mundo e com as pessoas. Nossas atitudes, sentimentos e sensações se tornarão mais suaves e estáveis com visível satisfação e felicidade, além da certeza de estar no rumo certo.

Samsara e Dharma, caminho para a mente iluminada

“Os seres humanos que se apegam demasiado aos valores materiais são obrigados a reencarnar incessantemente, até compreenderem que ser é mais importante do que ter”. Buda.

Eventos frustrantes e fortes não causarão desequilíbrio. As experiências mostrarão a verdade do Dharma. Abrindo mão do Samsara, conseguiremos enxergar o caminho para o Nirvana.

A beleza dentro de cada pensamento e sentimento é fonte de segurança, proteção e força. A atenção mais profunda desfaz as limitações. Tudo é perfeito dentro do espaço de nossa mente em equilíbrio. A essência da consciência é paz e as dificuldades são aparentes, passageiras e de grande valor para nosso crescimento espiritual.

Nossa mente é muito mais que os pensamentos que a tomam no dia a dia. Sob esses pensamentos encontra-se uma energia vital ativa, sensível e atenta a todos os momentos. O contato com essa energia gera uma sensação de alegria, satisfação e plenitude.

Verdade surpreendente

A notícia demorou um pouco a chegar no ocidente, não se sabe porque. Durante os anos 2007 a 2010, arqueólogos do Instituto de Arqueologia de Nanjing, China localizaram uma cripta sob o Templo Budista de Grand Bao’en. Dentro da cripta foi encontrado uma arca em ouro e pedras preciosas, de aproximadamente 1.000 anos de idade. Segundo inscrições em seu interior, havia restos do crânio de Sidarta Gautama, o Buda, dentro da arca. A notícia foi publicada no jornal chinês Chinese Cultural Relics. O artefato mede 117 cm de altura e 45 cm de largura. Foi feito em sândalo, cristal, ouro e pedras preciosas. A superfície do artefato contém imagens do Buda.

Segundo o escriba Deming, o traslado dos restos mortais do Buda foi feito para a China. O indiano Asoka, soberano da Índia entre 268 e 232 a.C. decidiu que os restos mortais do Buda fossem divididos em 84 mil partes, depois de sua morte. A China teria recebido 19 partes, incluindo o osso encontrado dentro do artefato de Nanjing. A ciência duvida que as afirmações sejam verdadeiras. O osso tem sido visitado por dezenas de milhares de budistas em Hong Kong e Macau, juntamente com outros artefatos provenientes da escavação.

Dalai Lama líder da religião budista e do povo tibetano

Lhamo Thondup, o líder da religião budista, nasceu em Taktser, China em 1935. Assumiu o poder no Tibete como Dalai Lama, aos 15 anos de idade. A República Popular da China invadiu o Tibete no mesmo ano em que o líder do budismo tibetano assumiu o poder político do país. Para não ser assassinado, fugiu juntamente com milhares de seguidores para Dharamsala, norte da Índia. Estabeleceu um governo alternativo e desde então, luta para estabelecer um estado tibetano autônomo. O governo chinês nunca devolveu o Tibet ao seu povo. O Dalai Lama trabalha incansavelmente, realizando conferências e palestras mundo afora. Em seus esforços humanitários a favor dos tibetanos e budistas de todo o mundo, recebeu, em 1989, o Prêmio Nobel da Paz.

 

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