A Hora Certa Para a Colheita do Bambu

Muitos autores indicam o inverno como a melhor época para a colheita do bambu. No Brasil, são os meses sem r (maio, junho, julho e agosto). Nessa época, os colmos apresentam menor teor de umidade e estão mais leves. Isso facilita tanto o corte quanto o transporte. Além do mais, com menos seiva circulando pelos colmos, eles estarão menos apetitosos para os insetos e fungos.

Um dos maiores problemas que temos com relação ao bambu após o seu corte, é o ataque do Dinoderus Minutus. Essa broca se alimenta do amido existente no bambu. Destrói o colmo completamente, produzindo uma infinidade de galerias e deixando um pozinho branco nas varas infestadas.

Colheita do bambu

A indicação do corte na estação seca também se deve ao fato de que nessa época a temperatura está mais baixa. Os insetos xilófagos estão hibernando ou com atividade reduzida. O corte na época da seca também é feito levando em conta a inexistência de brotações na moita nessa época do ano. Isso evita a quebra dos brotos novos que produzirão os colmos do próximo ano.

Como Colher

O corte deve ser feito rente ao chão, imediatamente em cima do primeiro entrenó do colmo. Evite deixar reservatório que possa acumular água na próxima estação das chuvas. O acúmulo de água no copo deixado quando do corte pode provocar o apodrecimento do rizoma. Faça um corte rente e caso fique algum rebaixo que possa acumular água. Corte em cruz com o arco de serra para que a água possa escoar.

Os cuidados quando do corte dos colmos do bambu é fundamental para otimização do manejo. Corte as varas maduras, aquelas que são menos atraentes visualmente, cheias de manchas, com aspecto envelhecido. Retire esses colmos da moita, limpe-os fora e elimine ou separe todo o resíduo para que a moita continue acessível. Um fato muito comum em moitas de bambu é a inacessibilidade por conta do corte inadequado. Muitas varas e resíduos se entrelaçam em volta da moita, dificultando o corte e retirada dos colmos.

Raiz do bambu

Esse manejo é mais fácil em se tratando dos bambus alastrantes do gênero Phyllostachys. As varas dessas espécies asiáticas se espalham ao redor, facilitando o acesso e o corte. Mas da mesma maneira, é necessário um manejo adequado, deixando sempre o acesso livre. Isso facilita novos cortes e retirada dos colmos do bambuzal.

Colheita Para Produção de Mudas

Se pretende colher bambu e aproveitar as brotações para fazer novas mudas, então a época da seca não é adequada. Já fizemos essa experiência mais de uma vez. O aproveitamento das mudas durante a época da seca é muito baixa, girando em torno de 20% no caso do bambu gigante (Dendrocalamus Giganteous). Já o corte para mudas na época das chuvas, mesmo com o inconveniente da quebra de novos brotos, tem um aproveitamento em torno de 80%. Ou seja, o enraizamento das brotações do terceiro terço das varas é grande quando os colmos estão com muita seiva, na época das chuvas.

Mata de bambu Mosso

Colhendo Espécies Diferentes

Cortar uma vara de Phyllostachys Aurea, a cana da índia, é bem fácil pois é um bambu fino e acessível. Um arco de serra é suficiente. Já cortar uma vara de bambu gigante ou mesmo de Bambusa vulgaris requer mão de obra e ferramentas mais adequadas. Uma moto serra, cordas e pessoal especializado em rapel e corte. Uma moita de bambu gigante mal localizada requer uma equipe especializada. Tanto para cortar, como para direcionar a caída das varas que chegam a pesar 160 quilos. Após o corte as varas devem ser arrastadas para um local apropriado para limpeza e tratamentos iniciais.

A vara a ser cortada deve estar desembaraçada na parte de cima, com caída adequada para ser retirada. Se uma vara pesada embaraça na copa ou cai para dentro da moita, é necessário muita força para retirá-la. Alguns bambuseiros usam motores e cabos de aço para puxar as varas em locais inacessíveis.

Gostaríamos de deixar bem claro, que relatamos aqui nossas experiências práticas com o bambu. Existem muitos manuais de pesquisadores do assunto à disposição na literatura especializada que podem divergir de nossa prática. Com todo o respeito, seguimos as orientações desses manuais e tiramos nossas conclusões, com as mãos na massa.

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